terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o."

Buda

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Por que a gente pratica Yoga?

Tive um professor em Nova York que fez essa pergunta certa vez, durante uma aula de Yoga particularmente difícil. Estávamos todos dobrados naquela exaustiva postura lateral do triângulo, e o professor nos fazia manter a posição durante um tempo demasiado longo para o gosto de qualquer um de nós.
- Por que a gente pratica Yoga? — ele tornou a perguntar. — Será que é para ficarmos um pouco mais flexíveis do que os outros? Ou será que existe algum propósito maior?
Yoga, em sânscrito, pode ser traduzido como "união". A origem da palavra é o radical yuj que significa "pôr cangalha em", dedicar-se a uma tarefa com a disciplina de um boi. E a tarefa do Yoga é encontrar união - entre mente e corpo, entre o indivíduo e o seu Deus, entre nossos pensamentos e a origem de nossos pensamentos, entre professor e aluno, e até mesmo entre nós e nossos semelhantes às vezes tão pouco flexíveis. No Ocidente, conhecemos o Yoga sobretudo por meio de seus agora famosos exercícios para alongar o
corpo, mas isso é apenas o Hatha Yoga, um dos ramos dessa filosofia. Os antigos
desenvolveram esses alongamentos físicos não para deixar o corpo em forma, mas sim para soltar seus músculos e sua mente de modo a prepará-los para a meditação. Afinal de contas, é difícil permanecer sentado durante muitas horas se o seu quadril dói e impede você de contemplar a divindade que reside dentro de você porque está ocupado demais contemplando o seguinte pensamento: "Nossa, como o meu quadril está doendo."
Mas Yoga também pode significar tentar encontrar Deus por meio da meditação, por meio do estudo erudito, por meio da prática do silêncio, por meio do serviço da devoção, ou por meio de um mantra - a repetição de palavras sagradas em sânscrito. Embora algumas dessas práticas pareçam ter uma derivação bastante hinduísta, Yoga não é sinônimo de hinduísmo, nem todos os hindus são Yogues. O verdadeiro Yoga não compete com nenhuma religião, nem a exclui. Você pode usar o seu Yoga - as suas práticas disciplinadas de união sagrada - para se aproximar de Krishna, Jesus, Maomé, Buda ou Javé. Durante o tempo que passei no ashram, conheci devotos que se identificavam como praticantes do cristianismo, do judaísmo, do budismo, do hinduísmo e até do islamismo. Conheci outros que preferiam não falar de sua filiação religiosa, algo pelo qual, neste nosso mundo de disputas, não se pode culpá-los.
O caminho do Yoga consiste em desatar os nós inerentes à condição humana, algo que definirei aqui, de forma extremamente simplificada, como a desoladora incapacidade de
sustentar o contentamento.
Ao longo dos séculos, diferentes escolas de pensamento
encontraram explicações diferentes para o estado de aparente falha inerente do ser humano. Os taoístas chamam-no de desequilíbrio; o budismo, de ignorância; o islamismo põe a culpa de nosso pesar na rebelião contra Deus; e a tradição judaico-cristã atribui todo o nosso sofrimento ao pecado original. Os freudianos afirmam que a infelicidade é o resultado inevitável de um embate entre nossas pulsões naturais e as necessidades da civilização. (Como explica minha amiga psicóloga, Deborah: "O desejo é uma falha de design") Os Yogues, no entanto, dizem que o descontentamento humano é um simples caso de identidade equivocada. Nós somos infelizes porque achamos que somos meros indivíduos, sozinhos com nossos medos e falhas, com nosso ressentimento e nossa mortalidade. Acreditamos equivocadamente que nossos pequenos e limitados egos
constituem toda a nossa natureza. Não conseguimos reconhecer nossa natureza divina mais profunda. Não percebemos que, em algum lugar dentro de todos nós, existe um Eu supremo que está eternamente em paz. Esse Eu supremo é a nossa verdadeira identidade, universal e divina. Se você não perceber essa verdade, dizem os yogues, estará sempre desesperado, idéia expressa de forma inteligente na seguinte frase irritada do filósofo estóico grego Epíteto: "Você leva Deus dentro de si, seu pobre desgraçado, e não sabe disso."
Yoga é o esforço que uma pessoa faz para vivenciar pessoalmente a sua divindade, e em seguida para sustentar essa experiência para sempre. Yoga é domínio de si e esforço dedicado a desviar a atenção de reflexões intermináveis sobre o passado e preocupações infindáveis com o futuro para, em vez disso, conseguir buscar um lugar de eterna presença, de onde se possa olhar com tranqüilidade para si mesmo e para o mundo ao redor. Somente dessa perspectiva de equilíbrio da mente é que a verdadeira natureza do
mundo (e de você próprio) lhe será revelada.
Os verdadeiros yogues, de sua posição de
equanimidade, vêem este mundo todo como a mesma manifestação da energia criativa de Deus - homens, mulheres, crianças, nabos, piolhos, corais: tudo isso é Deus disfarçado.
Mas os yogues acreditam que a vida humana é uma oportunidade muito especial, pois somente na forma humana, e somente com uma mente humana, é que a percepção de Deus pode ocorrer. Os nabos, os piolhos, os corais - eles nunca têm a oportunidade de descobrir quem realmente são. Mas nós temos essa oportunidade


 "Comer, amar, rezar" de Elizabeth Gilbert

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Achava que eu era a única.

"Então fique sozinha, Liz. Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se a ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não realizados.
       Vejo isso mais como uma espécie de apólice de vida emergencial do que qualquer outra coisa. Comecei cedo na vida a correr atrás do prazer sexual e romântico. Mal tive uma adolescencia antes de arrumar meu primeiro namorado, e sempre tive um menino ou um homem (ou, algumas vezes, os dois) na minha vida desde os meus 15 anos. Ou seja, durante quase duas décadas, estive envolvida com algum tipo de cara. Cada qual se sobrepondo ao seguinte, sem sequer uma semana de intervalo entre os dois. E não posso evitar pensar que isso representou uma espécie de entrave no meu caminho rumo à maturidade.
      Além disso, tenho problemas de limites com os homens. Ou talvez não seja justo dizer isso. Para ter problemas com limites, é preciso ter limites, certo? Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o tempo do meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro - tudo. Se eu amo voce, carregarei para voce toda a sua dor, assumirei por voce todas as suas dívidas (em todos os sentidos da palavra), protegerei voce da sua propria insegurança, projetarei em voce todo tipo de qualidade que voce nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de natal para a família inteira. Eu lhe sarei o sol e a chuva e, se nao estiverem disponíveis, dar-lhe-ei um vale de sol e um vale de chuva. Darei a voce tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será apaixonar por outra pessoa.
     Não é com orgulho que revelo esses fatos sobre mim mesma, mas é assim que sempre foi."

Elizabeth Gilbert 
   

Intestinos de cordeiro

"Eu estava com Luca na primeira vez em que tentei comer os intestinos de um cordeiro recém-nascido. É uma especialidade romana. Do ponto de vista culinário, Roma é uma cidade um tanto brutal, conhecida por seus pratos típicos rústicos, como tripas e língua - todas as partes do animal que os ricos do norte jogam fora. Meus intestinos de cordeiro estavão razoáveis, contando que eu não pensasse muito no que eram. Foram servidos em um molho espesso, amanteigado e picante que estava delicioso, mas os intestinos tinham uma consistência... bem... de intestinos. Algo parecido com fígado, mas mais esponjoso. Estava indo tudo bem, até eu começar a pensar em como poderia descrever aquele prato, e pensei : Não parecem intestinos. Na verdade, parecem lombrigas. Então empurrei o prato para o lado e pedi uma salada.
        -Não gostou? - perguntou Luca, que adora esse prato.
        -Aposto que Gandhi nunca comeu intestinos de cordeiro na vida - falei.
        -Poderia ter comido.
        -Não, Luca, não poderia, não. O Gandhi era vegetariano.
        -Mas, os vegetarianos podem comer isso - insistiu Luca. - Porque isso aqui não é carne, Liz. É só merda."

Elizabeth Gilbert
Ouvi ontem do meu professor de literatura: "A gente tem que fazer o possível para que as borboletam venham ao nosso jardim. E se você fecha o jardim e tranca a borboleta lá dentro, deve começar a repensar se isso é amor mesmo, ou mais um sentimento de posse. (...) Amar de verdade é amar por amar. Se a pessoa fez algo de errado com voce, voce, amando de verdade continua a amá-la, porque o amor nao depende da atitude do outro. (...) não sei se amo, ou já amei minha preciosa, porque ainda nao sofri nenhum tipo de situação que precise povar esse amor incondicional..." E por ai foi, mais ou menos assim.

Ele sempre para a aula e começa a falar da vida assim, de forma leve, natural, e o que quer que eu esteja fazendo na hora, eu paro pra ouvir. Não sei até que ponto que é papo dele, afinal de contas ele é homem e um simples mortal, mas ele se refere com tanta delicadeza à mulher, à literatura, à arte... dificil ver gente asssim, homem assim. E não! Não estou apaixonada, absolutamente. É apenas admiração e reconhecimento!
Me lembrei na hora de uma grande amiga que parece que esta perdida e presa num pequeno jardim. Ela se diz feliz assim, apesar de nao enxergar a realidade desse jeito. É a escolha de cada um e eu devo aprender a respeitar isso sem fazer críticas.

Também depois disso, pensei eu não tenho o direito de julga-la, porque se é assim que ela quer, entao assim deve ser. Já prendi muita borboleta no meu jardim e deixei que me prendessem. Na verdade, eu já praticamente pedi pelo amor de Deus que fosse amarrada e acorrentada ao jardim alheio. E da mesma forma, quando nao se quer trancar a porta, se deixa entreaberta, recostada e quando bate o primeiro vento, ele te arrasta embora. E pra sempre porque voce foi parar tão longe que perde o caminho de volta.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A alma Gêmea

"As pessoas acham que alma gêmea é o encaixe perfeito, mas a verdadeira alma gêmea é um espelho, a pessoa que mostra tudo que está prendendo você, a pessoa que chama atenção para você mesmo para que você possa mudar sua vida. Uma verdadeira alma gêmea é provavelmente a pessoa mais importante que você vai conhecer, porque elas derrubam suas paredes e te acordam com um tapa. Mas viver com uma alma gêmea para sempre? Não. Dói demais. As almas gêmeas só entram na sua vida para revelar a você uma outra camada de você mesmo, e depois vão embora".

Elizabeth Gilbert

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ela é marrom

"No final das contas, o que hoje penso em relação a Deus é simples. E assim: tive uma cadela maravilhosa. Ela havia sido abandonada. Era uma cruza de cerca de dez raças diferentes, mas parecia ter herdado as melhores características de todas elas. Ela era marrom. Quando as pessoas me perguntavam 'De que raça é a sua cadela?', eu sempre dava a mesma resposta: 'Ela é marrom.' Da mesma forma, quando me fazem a pergunta 'Em que tipo de Deus você acredita?', minha resposta é fácil: 'Acredito em um Deus grandioso.'"

( O Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro )



"Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…



Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,


Mas porque a amo, e amo-a por isso,


Porque quem ama nunca sabe o que ama


Nem sabe porque ama, nem o que é amar…






Amar é a eterna inocência,


E a única inocência é não pensar… "




sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tudo graças à ciência. "Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos", escreve o célebre cientista em "The grand design", que será publicado em série no jornal The Times. "Não é necessário que evoquemos Deus para iluminar as coisas e criar o universo", acrescenta.

"Isso torna as coincidências de nossas condições planetárias - o único sol, a feliz combinação da distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - bem menos importantes, e bem menos convincentes, como evidência de que a Terra foi cuidadosamente projetada apenas para agradar aos seres humanos", afirma Hawking.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As quietinhas são as piores.

Na minha sala existe uma aluna que eu sei que é psicopata. Sei que você acha que eu estou implicando, mas se a visse alguma vez, concordaria comigo! Ela não me engana! Tenho certeza absoluta que ela é bem daquele tipo que se fica um pouquinho nervosa esquarteja você e come seus olhos com molho de tomate.

fugir ou suicídio?

Quais são as minhas opções se eu não passar nessa prova estúpida!?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sonhei que tinha sido presa. Fugi. Ele foi atras de mim, me achou, me dedurou. Fugi de novo.

Sem título

Existe uma linha muito tênue entre saudade e loucura. Até onde se deve ir com lembranças que são tão boas que nos cortam e ferem só de imaginar que não tivemos maturidade de apreciar aquele momento como ele merecia?

É quase sempre ouvindo música que essas lembranças me vêm à mente, porque música me marca muito. Sou capaz de decorar uma letra ouvindo apenas uma vez, se aquele momento for especial. Muitas vezes nem tenho consciência da importância do que está acontecendo, e quando me dou conta de que ficou gravada a letra, o autor, ou só mesmo a melodia da música, sei que aquele foi um momento daqueles que dali uns tempo vou me remoer por nao ter aproveitado direito.

Preciso urgentemente descobrir o que devo me recordar sempre, e o que é perda de tempo. Mas isso na hora que tudo esta acontecendo! Depois só serve pra me deixar louca. Talvez meu cérebro se concentre tanto na música, que não capta mais nada...

É... de doido todo mundo tem pelo menos um pouco...
Eu tenho um tantão!

Let There Be Love

Ouvindo aqui nessa terça ociosa a nossa música - ou a que eu elegí à nós, parece que você não existe mais. Você agora parece outra pessoa.

Ou eu inventei tudo isso e quem inexiste sou eu.

UM MINUTINHO SÓ - O CRONICATO

Eu vinha alí, meio aéreo, vi uma bela moitinha, encostei, parei, cheirei, dei uma cavadinha, fucei, fucei mais um pouco, até deixar o focinho cheio de terra... Bocejei, levantei a pata traseira... Não tinha xixi, sabe, foi só força do hábito. Aí caí na real, e lembrei que estávamos indo. Indo, como a gente sempre vai. Então, distraído como fiquei, me assustei ao pensar que poderia ter sido esquecido e largado sozinho... Ledo engano! Ao erguer a cabeça, vi que meu amigo estava logo ali, bem adiante, me esperando pacientemente. Corri pra ele, ganhei um sorriso, um afago na cabeça e continuamos nosso caminho.

(texto: rogério rothje - www.cronicato.com.br)

Hoje eu acordei meio ontem

Acordei com o cheiro da casa vovó e de uniforme do colégio, com bala de maça verde no canto da boca.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ADOTAR É TUDO DE BOM! Passe essa idéia pra frente

TER OU NÃO UM ANIMAL

A presença de um animal preenche nossa vida cotidiana com alegrias e outros inúmeros benefícios. Pesquisas Científicas comprovam que quem tem um animal de estimação vive mais e melhor, sendo que eles simbolizam um dos poucos elos entre homem moderno e a natureza. Pessoas que têm animais são mais satisfeitas com a vida, menos propensas ao stress e expressam melhor seus sentimentos. Falam com seus animais quando estão deprimidos e confiam-lhes segredos. Conviver com os animais nos tornam mais humanos.

A companhia de cães e gatos é uma fonte de apoio emocional e social para pessoas de qualquer idade, com ou sem necessidades especiais, que moram sozinhas ou em família. Alguns programas de terapia assistida por animais oferecem métodos terapêuticos adicionais, fornecendo contato físico animal às pessoas portadoras de deficiência de isolamento social, casos onde os métodos tradicionais de tratamento não conseguiam progredir.

Em famílias com a presença de crianças, não há companhia melhor. Os animais de estimação se tornam seus amigos eternos, trazendo noções valiosas e fundamentais sobre a vida, o respeito e os sentimentos, alem de aumentar a independência e o senso de responsabilidade. Fornecem as primeiras noções de reprodução e morte às crianças, funcionam como ótimos “confidentes” e, quando estão dormindo transmitem paz para quem observa. Os animais também fazem qualquer pessoa sentir-se útil e importante, pois dependem dela para viver. Não é o bastante?

UMA VIDA NÃO TEM PREÇO! NAO COMPRE ANIMAIS, ADOTE!

Antes de tudo, adotar é um ato de amor! Não bastasse ser um gesto humanitário, a adoção traz felicidade. Não há sensação melhor no mundo que a de ver um bichinho abandonado desabrochar depois de ter sido adotado por alguém de bom coração. É impressionante ver como os animaizinhos se transformam, passando de tristes, desanimados e doentes a seres saudáveis, bonitos e travessos. Adotar também dá bom exemplo, incentivando os demais a verem o animal como um ser vivo que merece carinho e respeito, e não como um objeto descartável de consumo.



Os interessados em adotar animais podem visitar o Centro de Controle de Zoonoses de sua cidade, que dispõem de vários animais para adoção. Basta ser maior de idade, apresentar o RG e um comprovante de endereço. Quem estiver disposto a ajudar, e possuir recursos para isso, pode ainda recolher um animal das ruas, leva-lo ao veterinário para um exame completo, medica-lo e cuidar dele com carinho. Com certeza esse animal se tornará seu melhor amigo.

Além disso, adotar é também um ato de cidadania, pois cada animal adotado permite a retirada de mais um das ruas. Todos os anos, centenas de animais são jogados nas ruas, morrendo por doenças, atropelamento ou mesmo vítimas da maldade humana. Estima-se que em São Paulo, são exterminados cerca de 20 mil animais por ano.

A captura, a guarda e o extermínio de animais geram despesas aos cofres públicos, não resolvem o problema da superpopulação e alimentam um ciclo interminável de mortes. Cada filhote comprado um é executado na carrocinha, morre em abrigos ou é atropelado. O extermínio de animais nas carrocinhas, além de cruel e antiético, é crime previsto em Lei Federal.


Antes de se eleger presidente dos Estados Unidos, o então senador Barack Obama posou em 2005 com Baby, um cãozinho de três patas, em uma campanha de adoção de animais. Baby nasceu em uma “fábrica de filhotes”, onde se cria animais em gaiolas e de maneira desumana. Adotar está na moda!

ADULTO E VIRA LATA?

A fase de crescimento do animal costuma ser muito trabalhosa e requer uma reserva de paciência que às vezes as pessoas não possuem. Ao contrario do que muitos acreditam, o cão adulto aceita muito facilmente a mudança em sua vida e tem grandes vantagens. Um animal adulto adotado que vem de um abrigo ou é retirado das ruas demonstrara gratidão tornando-se um guarda como poucos, capaz de defender o seu novo lar e as pessoas que o acolheram, além de já terem o seu temperamento e tamanho definidos.

O animal vira-lata é um animal formidável, que nada fica a dever aos cães de raça pura. A mistura de raça favorece o fortalecimento desse tipo de animal, ao contrario daqueles de raça pura que muitas vezes carregam hereditariamente algumas características que os tornam sensíveis a determinados fatores ambientais ou genéticos como propensão a doença de pele, olhos e alergias.

Os vira-latas são em geral animais alegres e sociáveis. Os de pequeno porte são ótimos companheiros, e os de porte médio ou grande cumprem muito bem a tarefa de guardiões de casa.

ANTES DE ADOTAR...

Para não criar maiores problemas, antes de adotar tome algumas medidas: obtenha a concordância de todos os moradores da casa; verifique se há recursos financeiros necessários para manter o animal, afinal ele precisará de ração, medicamentos e idas ao veterinário; não dê animais de presente – não imponha um animal a quem não fez essa escolha por si; não adote uma determinada raça porque está na moda – pois a moda passa; se quer um filhote lembre-se: terá que ter paciência redobrada. E enfim, considere adotar um segundo animal. Bichos que têm companhia de outros animais são mais seguros e felizes e não se tornam tão dependentes dos humanos.

DEPOIS DE ADOTAR...

Providencie a esterilização do seu bichinho, evitando crias indesejadas e contribuindo para por fim ao ciclo de abandono de animais. Ao passear em vias públicas, recolha e jogue o cocô no lixo; gatos não precisam fazer passeios nas ruas – eles vivem muito bem dentro de casa. Banhe, escove e exercite o animal periodicamente e o leve regularmente ao veterinário. Zele pela saúde psicológica do animal, dê-lhe atenção, carinho, estímulos e ambiente adequado. Nunca abandone nenhum animal, pois ele sentirá frio, fome e sede, poderá ser atropelado, ficar ferido e doente. Tenha em mente que um animal de estimação vive em média 15 anos e ele dependerá inteiramente de você durante toda a vida.

ATO DE CIDADANIA

Praticar maus-tratos contra animais é crime previsto no art. 3º do Decreto Federal 24.645/34 e no Art. 32 da Lei Federal 9.605/98. Se você presenciar alguém abandonando ou mal-tratando um animal, deve denunciá-lo à polícia! Como os animais são tutelados pelo Estado, qualquer processo judicial decorrente da denuncia terá seus gastos inteiramente cobertos pelo poder público. Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei!